Primeiras idéias sobre herança biológica:
Herança genética ou biológica é processo pelo qual um organismo ou célula adquire ou torna-se predisposto a adquirir características semelhantes à do organismo ou célula que o gerou, através de informações codificadas (código genético) que são transmitidas à descendência. A combinação entre os códigos genéticos dos progenitores (em espécies sexuadas) e erros (mutações) na transmissão desses códigos são responsáveis pela variação biológica que, sob a ação da seleção natural, permite a evolução das espécies. A ciência que estuda a herança genética é a genética.
Organismos vivos são compostos de células, que possuem material genético. Esse material se encontra reunido em estruturas celulares chamadas cromossomos. Em organismos unicelulares como as bactérias, a célula-filha herda o seu genoma da célula-mãe. Em organismos diplóides, como os seres humanos, os cromossomos ocorrem aos pares. Cada par destes cromossomos é constituído tanto de informação genética de origem materna quanto de origem paterna, normalmente em partes iguais.
No processo de fecundação, quando o espermatozóide paterno se une ao óvulo materno, metade das informações genéticas de cada progenitor se unem para formar o genoma da célula embrionária resultante. Assim, esta contém informações genéticas maternas e paternas. A formação do embrião se dá por subdivisões celulares sucessivas a partir dessa primeira célula. Na divisão celular, as informações genéticas são replicadas. Assim, cada nova célula do indivíduo possui a mesma informação genética presente na primeira célula zigótica.
As bases da hereditariedade:
A hereditariedade é um fenômeno que representa a condição de semelhança existente entre ascendentes (geração parental) e descendentes (geração filial), através da contínua transferência de instruções em forma de código inscritas no material genético (DNA= ácido desoxirribonucléico), orientando a formação, desenvolvimento e manutenção de um ser vivo.
Os eventos biológicos hereditários podem ser classificados em dois tipos:
Hereditariedade específica → caracterizada por agentes genéticos comuns de uma determinada espécie, conservando a essência de um grupo taxonômico;
Hereditariedade individual → relativa à expressão de agentes genéticos que estabelecem aspectos individualizados (por exemplo: a fisionomia, traços particulares do semblante), sendo, portanto um fator que causa biodiversidade entre indivíduos de uma mesma espécie.
Os genes {compostos de moléculas de ácido desoxirribonucléico (DNA)}, são as unidades básicas que determinam as características hereditárias de um organismo. Juntos esses genes formarão os cromossomos.
A composição específica dos genes e sua distribuição nos cromossomos se constituem no projeto genético de cada indivíduo.
Cada célula no corpo humano contém 46 cromossomos (chamadas diplóide ou 2n). Com exceções dos gametas (o óvulo e o espermatozóide), já que cada um contém apenas 23 cromossomos (chamadas haplóide ou n). Na união dos gametas resultará então a formação de um novo ser com 46 cromossomos.
As características herdadas nessa troca de material genético podem ser dominantes ou recessivas.
Um gene recessivo produz uma característica específica somente se seus efeitos não forem cancelados pelas características de um gene dominante.Por exemplo, o gene para olhos castanhos é dominante, enquanto o gene para olhos azuis é recessivo.
Os genes normalmente são transmitidos de uma geração para a outra sem alteração. No entanto, há momentos em que ocorrem mutações, ou seja, a estrutura do gene se altera, talvez devido ao efeito de uma substância tóxica, de uma infecção ou de exposição à radiação. Os filhos que recebem um gene com mutação irão exibir uma característica que não está presente em nenhum dos pais.
A descoberta da lei da segregação:
• A Genética começou a existir em 1900 a partir de estudos de:
–Hugo de Vries (1848-1935)
–Carl Erich Correns (1864-1933)
–Erich von Tschermark-Seysenegg (1871-1962)
Não trabalharam juntos, mas chegaram às mesmas conclusões.
Trabalho de Mendel:
A genética foi originada a partir dos estudos de Gregor Johann Mendel.
Mendel escolheu as ervilhas para fazer as suas pesquisas, pois era um vegetal favorável nesta ocasião, e como resultado apresentou duas leis, que são bases teóricas da genética:
A Primeira Lei de Mendel: A lei da segregação
A segunda lei de endel: A lei da segregação independente A primeira Lei de Mendel
Em suas experiências, Mendel utilizou sete caracteres diferentes de ervilhas variadas com duas modalidades cada um: dominantes e recessivos. E foi descoberta a presença de unidades hereditárias, ou seja, de genes. Gene Dominante: É o gene que se manifesta em homozigose ou heterozigose.
Gene Recessivo: É o gene que só se manifesta em homozigose.
Bases Celulares da segregação dos fatores genéticos:
A redescoberta dos trabalhos de Mendel, em 1900, trouxe a questão: onde estão os fatores hereditários e como eles se segregam?
Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos homólogos levava à segregação dos fatores.
Em 1902, enquanto estudava a formação dos gametas em gafanhotos, o pesquisador norte americano Walter S. Sutton notou surpreendente semelhança entre o comportamento dos cromossomos homólogos, que se separavam durante a meiose, e os fatores imaginados por Mendel. Sutton lançou a hipótese de que os pares de fatores hereditários estavam localizados em pares de cromossomos homólogos, de tal maneira que a separação dos homólogos levava à segregação dos fatores.
Hoje sabemos que os fatores a que Mendel se referiu são os genes (do grego genos, originar, provir), e que realmente estão localizados nos cromossomos, como Sutton havia proposto. As diferentes formas sob as quais um gene pode se apresentar são denominadas alelos. A cor amarela e a cor verde da semente de ervilha, por exemplo, são determinadas por dois alelos, isto é, duas diferentes formas do gene para cor da semente.
A universalidade da primeira lei de Mendel:
Vamos estudar um exemplo da aplicação da primeira lei de Mendel em um animal, aproveitando para aplicar a terminologia modernamente usada em Genética. A característica que escolhemos foi a cor da pelagem de cobaias, que pode ser preta ou branca. De acordo com uma convenção largamente aceita, representaremos por B o alelo dominante, que condiciona a cor preta, e por b o alelo recessivo, que condiciona a cor branca.
Uma técnica simples de combinar os gametas produzidos pelos indivíduos de F1 para obter a constituição genética dos indivíduos de F2 é a montagem do quadrado de Punnet. Este consiste em um quadro, com número de fileiras e de colunas que correspondem respectivamente, aos tipos de gametas masculinos e femininos formados no cruzamento. O quadrado de Punnet para o cruzamento de cobaias heterozigotas é:
B Gametas paternos b | Gametas maternos B b | |
BB Preto | Bb Preto | |
Bb Preto | bb Branco | |
Bom estudo! :-)